Otite Média Aguda: o que é e como prevenir!

O que é a Otite Média Aguda?

Otite é o termo que designa uma inflamação / infeção do ouvido. Isoladamente, o termo otite refere-se, por regra, à otite média aguda (que afeta o ouvido médio), devido à sua elevada incidência, fundamentalmente na infância.

Quais as suas causas?

A otite média aguda resulta de uma infeção causada por vírus ou bactérias, geralmente na sequência de infeções da via respiratória (resfriado comum ou gripe), ou de alergias.

As infeções da via respiratória podem prejudicar o funcionamento da trompa de Eustáquio (canal que conecta o ouvido médio com a parte posterior do nariz), favorecendo a acumulação de líquido no ouvido médio. A falta de drenagem do líquido favorece a colonização do mesmo por bactérias, levando à infeção e aumento de pressão do ouvido médio com distensão do tímpano.

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Embora a otite média aguda possa ocorrer em qualquer idade, é mais frequente entre os 3 meses e os 3 anos. Cerca de 75% das crianças têm pelo menos uma otite antes dos 3 anos de idade. Esta patologia é comum nestas idades devido à menor imunidade e porque as estruturas do ouvido médio, como a trompa de Eustáquio, são imaturas, não funcionando adequadamente. Por outro lado, as adenoides podem acumular bactérias, o que leva à inflamação da trompa de Eustáquio e do ouvido médio.

Quais os fatores de risco?

Outros fatores de risco para a otite média aguda são:

  • Hipertrofia das adenoides (tecido linfoide na parte superior da faringe)
  • Rinite alérgica
  • Ausência de aleitamento materno
  • Exposição ao fumo do tabaco
  • Frequência do infantário
  • Infeções respiratórias de repetição
  • Uso de chupeta
  • Beber o biberão na posição deitada
  • Estações do ano (pico de incidência outono / inverno)
  • Más condições alimentares e habitacionais

Quais os sintomas?

Os principais sintomas da otite média aguda são a dor no ouvido, diminuição da audição e a febre. Estes sintomas habitualmente surgem de forma súbita.

Em lactentes e crianças pequenas os sintomas podem ser mais difíceis de interpretar, porque são menos típicos, podendo incluir irritabilidade, choro superior ao normal, “tocar” na orelha frequentemente, dificuldade em dormir, vómitos, diarreia e falta de apetite.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico de otite média aguda é feito pelo médico com base nos sintomas do doente e da observação do ouvido (otoscopia). Através da otoscopia o médico pode avaliar o tímpano, conseguindo observar a inflamação (aspeto avermelhado) e o abaulamento do tímpano assim como a presença de pus no ouvido médio. O tímpano saliente por vezes rompe-se, fazendo que o pus drene através do canal auditivo externo.

Qual o tratamento?

A maioria das otites melhoram espontaneamente, necessitando apenas de tratamento sintomático com anti-inflamatório, antipirético e analgésico para diminuição da inflamação, redução da febre e controlo da dor. Entre a medicação mais usada encontramos o paracetamol e o ibuprofeno. De acordo com a idade e o estado clínico do doente poderá ser necessária a prescrição de antibióticos. Quando o antibiótico está indicado, a amoxicilina costuma ser o medicamento de primeira linha.

No caso de existirem otites de repetição ou persistência de líquido no ouvido médio, pode estar recomendado o tratamento cirúrgico. Este consiste na inserção de um tubo de ventilação no tímpano para deixar o líquido sair (miringotomia), e / ou a remoção das adenoides inchadas ou inflamadas (adenoidectomia), que são um foco de proliferação de bactérias e obstrução da trompa de Eustáquio.

Quais as complicações possíveis?

A maioria das otites não causa complicações. Contudo, infeções frequentes / persistentes, e a acumulação persistente de fluído no ouvido médio, podem predispor a sequelas ou complicações, nomeadamente:

  • Extensão da infeção aos tecidos circundantes (ex. mastoidite, meningite)
  • Perfuração da membrana timpânica
  • Perda auditiva permanente
  • Atrasos no desenvolvimento da linguagem

Como prevenir?

O tratamento profilático com algumas vacinas (Haemophilus influenzae tipo B, Streptococcus pneumoniae – pneumococo e vírus Influenza – gripe) tem conseguido reduzir substancialmente a incidência de otite média aguda e é, por isso, uma importante medida de prevenção.

Outras medidas preventivas passam pela redução dos fatores de risco associados ao desenvolvimento da otite, nomeadamente: privilegiar a amamentação, evitar contacto com crianças doentes, evitar exposição ao fumo e utilização de chupeta, bem como realizar a alimentação com biberão na posição sentada.

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