Rinite Alérgica

A rinite alérgica é uma inflamação da mucosa nasal e constitui uma patologia muito frequente na população. No conjunto das doenças alérgicas é, sem dúvida, a mais prevalente. Porém, o diagnóstico é na maioria das vezes tardio por ser interpretada como uma infeção (constipação) comum.

Em situações arrastadas e não controladas poderá complicar-se com sinusite, polipose nasal, otite ou asma brônquica.
Os alergénios, como os ácaros, fungos, pólens, fâneros de animais, látex, entre outros, são a causa mais frequente.

Os sintomas típicos são caracterizados por crises de espirros, congestão e obstrução nasal, e corrimento aquoso. A comichão nasal é muito frequente podendo envolver, também, a garganta, os ouvidos e os olhos.
A alergia ocular ou conjuntivite está frequentemente associada, sendo caracterizada por olho vermelho, lacrimejo, comichão de maior ou menor intensidade e sensação de corpo estranho.
Relativamente à duração dos sintomas, classifica-se em:

Intermitente
Sintomas presentes: < 4 dias por semana ou < 4 semanas

Persistente
Sintomas presentes: 4 dias por semana e > 4 semanas

Dependendo dos sintomas e da interferência na qualidade de vida considera-se 3 graus de gravidade:

Ligeira
Sono normal e:
• Sem limitação nas atividades diárias, desportivas e de tempos livres
• Sem limitação nas atividades laborais e escolares
• Sem sintomas perturbadores

Moderada-Grave
Uma ou mais situações
• Alterações no sono
• Alterações nas atividades diárias, desportivas e de tempos livres
• Interferência na atividade laboral ou escolar
• Sintomas perturbadores

Em doentes que apresentam sintomas apenas em algumas épocas do ano, os pólens e alguns fungos são as causas mais frequentes. A duração e intensidade dos sintomas dependem dos ciclos de polinização específicos e sofrem variações regionais muito importantes. Os sintomas oculares de conjuntivite acompanham, geralmente, estes doentes.

Os alergénios do ambiente doméstico como, por exemplo, os ácaros, são a causa mais importante de sintomatologia persistente ao longo de todo o ano.
Muitos estudos demonstram que doentes com rinite alérgica não tratada vêm mais tarde a associar sintomas de asma brônquica, daí a necessidade de um tratamento precoce.

Os testes cutâneos de alergia permitem identificar, na maioria das vezes, os alergénios causadores de rinite alérgica. As medidas de evicção e redução de carga do agente que desencadeia esta alergia é uma medida prioritária no controlo dos sintomas.

Tratamento:

Evicção alérgica:A rinite alérgica não tem cura, porém é possível controlar os sintomas da doença. A medida mais importante é evitar as substâncias causadoras da inflamação nasal, que muitas vezes encontram-se dentro da própria casa.

Para evitar a poeira doméstica e os ácaros recomenda-se:

  • Usar capas especiais para colchões e almofadas;
  • Manter os ambientes abertos para arejá-los e para que os raios solares entrem;
  • Usar colchas e cortinas leves e laváveis;
  • Evitar carpetes ou utilizar produtos específicos para limpá-los;
  • Evitar os peluches, uma vez que acumulam muita poeira;
  • Lavar semanalmente a roupa de cama a 60ºC;
  • Lavar os animais de estimação a cada 10 dias

Anti-histamínicos: Sob a forma oral, devendo ser preferidos os não sedativos e com maior potência no controlo dos sintomas alérgicos. As formas tópicas em spays intra-nasais podem ter alguma utilidade em situações pontuais. Os anti-leucotrienos são outros fármacos que podem representar benefício.

Anti-inflamatórios: Os corticosteroides intra-nasais permitem um controlo da inflamação e apresentam grande segurança nas doses apropriadas.

Imunoterapia específica: As vacinas anti-alérgicas têm uma enorme eficácia desde que instituídas corretamente e sob vigilância estrita.

Outros: Os descongestionantes quando preconizados deverão ter um uso muito limitado uma vez que podem condicionar habituação e condicionar outras situações de maior gravidade.
A conjuntivite pode justificar o tratamento adicional com colírios de anti-histamínicos, anti-inflamatórios, lágrimas para limpeza entre outros.

Outros tipos de Rinite:

Rinite ocupacional: Os sintomas resultam da exposição a alergénios e/ou substâncias presentes no ambiente profissional ou ocupacional.

Rinite infeciosa: Resulta de infeção por vírus, bactérias e outros agentes infeciosos.

Rinite induzida por medicamentos: Os fármacos mais frequentemente associados a sintomas nasais são: aspirina, anti-inflamatórios não esteroides, inibidores ECA, alfa-adrenérgicos, reserpina, contracetivos orais, entre outros. O uso excessivo de descongestionantes é, provavelmente, a causa mais frequente deste tipo de rinite.

Rinite hormonal: Pode ocorrer resultante do ciclo menstrual, puberdade, gravidez ou decorrente de doenças endocrinológicas: hipotiroidismo e acromegália.

Rinite idiopática: É frequente em doentes com idades compreendidas entre os 40 e 60 anos, apresentando uma reatividade das vias aéreas superiores a estímulos não específicos ambientais, tais como variações súbitas da temperatura, humidade e odores intensos.

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